sábado, 26 de janeiro de 2008

É VALMIR. É SOUZA. É BI DO GAUCHÃO COMERCIÁRIO


Com 100% de aproveitamento – onde venceu todas as suas partidas, o enxadrista Valmir Souza escreveu seu nome na calçada da fama dos campeões gaúchos vencendo neste último final de semana em Porto Alegre, dias 12 e 13, a XXV Olimpíada Comerciaria do SESC tornando-se o primeiro atleta na história a conquistar um bi-campeonato, 2003 e 2005 e um segundo lugar no ano passado.
Agora o maior problema de Valmir é conseguir um local em sua casa para guardar tantos troféus e medalhas que acumulou nestes seus 38 anos de atividades enxadrística. Só de título santanense ele tem mais de 20, fora as menções honrosas e condecorações. Ele foi o pioneiro na cidade a descobrir a força dos movimentos dos cavalos no tabuleiro – tornando-o praticamente imbatível neste esporte, o que lhe valeu o título de “Cavalo de Ouro” e Mestre Santanense de Xadrez (MSX).
Neste ano ele já conquistou dois títulos, o de campeão da cidade de “blitz”, que é o xadrez rápido onde os adversários têm apenas cinco minutos para efetuarem todos os seus lances, campeão gaúch
o pelo SESC enfrentando nada menos do que 60 dos melhores competidores do Rio Grande do Sul e está disputando a Copa Santanense de xadrez pensado, no ritmo de 90 minutos por competidor – evento este promovido pelo seu Bobby Fischer Xadrez Clube em parceria com o setor de lazer do Serviço Social da Indústria que acontece aos sábados de noite e domingo às 15 horas no número 375 da rua Prefeito Hugolino Andrade.

TORNEIO INAUGURAL DE 2008


Terça-feira primeiro dia de 2008 serviu para comprovar que a melhor terapia ainda é a prática do esporte/ciência que desenvolve literalmente as virtudes intelectuais muito acima de qualquer outro esporte que fomente o contato físico e de sobremaneira incentive a violência. Nada melhor do que um saudável torneio de xadrez onde a disputa reúna num mesmo ambiente - crianças, jovens e Adultos, todos democraticamente em iguais condições exercendo suas habilidades mentais comandando seus peões, bispos, cavalos, torres e dama na frenética ânsia de invadir as defesas adversárias buscando suplantar o rei e efetuar o lance máximo no xadrez: o xeque-mate!
Assim aconteceu no Bobby Fischer Xadrez Clube quando resolveu promover uma atividade livre e internacional de xadrez. Era quase quatro da tarde deste dia que seria feriado, mas não para a turma aficionada pelo xadrez quando a ordem foi dada:- “se cumprimentem e joguem!” dando início à primeira competição do ano de 2008. No cenário estavam crianças de seis a 10 anos, entre meninos e meninas – garotos e garotas pré-adolescentes, jovens e adultos. Todos vidrados e concentrados em seus campos de batalhas que são os tabuleiros. Porém o maior nervosismo ficava fora da sala onde os pais torciam silenciosamente mesmo sem entenderem o que estava acontecendo. O xadrez é um jogo solitário onde seus praticantes travam verdadeiras batalhas técnicas, táticas e de milimétricas estratégias.
Apesar de o torneio ter várias categorias – elas apenas servem para a premiação final. Durante o desenrolar do evento – a disputa é horizontal onde as idades e os sexos se enfrentam em iguais condições. Receberam prêmios Leonardo Martins, Sebastian Maldonado, Freddy Fernandez, Leandro Beron, Jean Fagundez, Carlos Barreto, Daniela Pires, Nicolás Gonzalez, Boutros Abbout, Mariane Diehl, Alcides Paz, José Menezes, Marcos Lopez e Júlia da Cruz.

A JORNADA DE UM MORIBUNDO ATÉ A GLÓRIA DO TÍTULO NO QUASE MEMORIAL


As horas, dias e a semana que passou – foi de muita aflição não só para os familiares de Oscar Rodríguez, mas para seus amigos enxadristas que aguardavam ansiosamente seu pleno restabelecimento para que ele pudesse participar do torneio que o homenagearia numa iniciativa do consórcio institucional formado pelo Bobby Fischer Xadrez Clube (BFXC) e o setor de lazer do Serviço Social da Indústria (Sesi) - ambas entidades de Sant’Ana do Livramento. O torneio que fora batizado de Troféu Oscar Rodríguez, num reconhecimento de sua longa trajetória e dos méritos pelas suas conquistas desde uns 12 anos quando chegou em Rivera vindo de Montevidéu, capital uruguaia e fez suas bases operacionais de longos e exaustivos estudos que lhe renderam muitos títulos, notoriedade e motivo desta homenagem que quase se transformou em memorial póstumo. Para quem não sabe – o evento que seria objeto de veneração na noite do último dia três de março com a disputa de um torneio com seu nome teve de ser suspenso, pois o astro maior foi surpreendido por um frêmito emocional que quase lhe valeu a vida.
Estava tudo pronto – a turma reunida, a premiação cobiçando a todos e a presença de três emissoras de televisão: duas de Rivera e uma local, mas com abrangência regional e nacional. Como o personagem em questão era de reconhecimento internacional, muito natural que houvesse todo esse interesse e mais ainda de alguns fotógrafos. A sala de jogos do BFXC estava realmente repleta de enxadristas, profissionais de imprensa e muitos curiosos. Estes últimos passavam frente ao clube quando foram atraídos pelas luzes dos cinegrafistas e de alguns flashes dos fotógrafos. Tudo indicava que algo de especial estava para acontecer. Quiçá o prefeito municipal ou outra personalidade. Porém passadas algumas horas houve frustração geral, pois nada do homenageado e pior ainda – a notícia que suscitou através de um telefonema dava conta que algo de muito grave ocorrera. Oscar estava internado e sua vida corria risco. Houve princípio de tumulto, muitos queriam detalhes – só que não foi autorizado pelo familiar que telefonara revelar o seu paradeiro. Apesar de tudo, os mais espertos capitaneados pelo astuto arquiteto Diego Rodolfo Pelaez – e todos riverenses, trataram de fazer uma recorrida e logo descobriram que o telefonema vira do Sanatório, mas que na verdade Oscar estava no instituto Comeri. Porém a UTI era de acesso restrito e tiveram de se contentar com as informações do plantonista. O mundo exterior ficou sem notícias por horas e isso foi penoso. A única informação até o momento dava conta de que a pressão dele chegara a 12x4 e com quadro sem melhoras à vista. Também surgiu a história de que este quadro fora agravado por uma injeção que o seu organismo rejeitara ou fora mal aplicada. Circulavam notícias, mas todas ruins. A única solução seria rezar e torcer para que seu organismo assimilasse o novo tratamento.
Sexta-feira, dia nove, assim como há uma semana um telefonema trazia más notícias – de repente este mesmo veículo centenário de comunicação à distância trouxe alegria aos enxadristas do Bobby Fischer. Desta vez não era alguém estranho, para surpresa quem estava ao fone era ninguém menos do que o outrora moribundo Oscar. Segundo ele mesmo informou – sua saúde estava como um aço e pediu para organização que providenciasse a realização do torneio quer iria participar sem problemas. Mais uma vez o agito foi geral. Dezenas de telefonemas foram dados para avisar os demais amigos da boa nova e que a homenagem se processaria no sábado, dia 10 no Bobby na hora combinada. Pena que desta vez não houve tempo hábil para confirmar a presença de todos veículos de comunicação. Porém o mais importante estaria presente – Oscar Rodríguez que por pouco não teve sua homenagem em vida transformada em memorial póstumo.
Sábado – 10 de março, 19h45min horas o homenageado foi o primeiro a chegar no Bobby. Ele estava nitidamente ansioso, emocionado e demonstrando ares de orgulho. Não era para menos – pois soubera que se transformara em personalidade idolatrada e muitos rezaram por ele. Esteve por um fio. Mas graças a Deus deste mal não morrerá mais, pelo menos se esta for a vontade geral dos enxadristas. Mais magro, porém nem por isso mais fraco. Os dias que o mantiveram na clausura da cama lhe tiraram alguma massa corporal, mas isso para um enxadrista não significa muita coisa. Ele aproveitou os momentos de solidão para curtir sua literatura favorita: os livros de xadrez. Jazia muito tempo que não tinha uma oportunidade dessas. Assim aproveitou como nunca. A mente privilegiada de um jogador de xadrez é uma ciência à parte. E a de Oscar agora turbinada com todo tipo de remédios foi um show – pelo menos foi essa a opinião geral dos enxadristas que disputaram este torneio. Olha que na hora em que o jogo inicia tudo se transforma. Os amigos agora são adversários. O tradicional aperto de mãos sela o início de outra realidade, uma dimensão neural onde nem os psiquiatras mais renomados conseguem entender – quiçá explicar este fenômeno.
21h47min pelo horário brasileiro finalmente o evento iniciou. As duas salas do BFXC estavam literalmente lotadas. O que chamou atenção era o fato da presença de muitas crianças apesar do adiantado da hora. Acontece que muitos pais levaram seus filhos para assistir o grande acontecimento e conhecer o enxadrista que teve no limiar da morte e conseguiu se safar. Ele não imaginava, mas se tornou um ícone para a meninada. Cinco rodadas ao ritmo de 15 minutos por jogador – perfazendo meia hora de partida era o que determinava o regulamento. Já de cara ele enfrentou o messiânico e novo profeta do xadrez José Menezes. Oscar tinha uma estratégia para vencer que foi infalível. Estudou exaustivamente as aberturas hiper-antigas com variantes ortodoxas e deu certo. Como não mais se joga este tipo de linha logo deu um nó na mente de seus adversários que foram caindo um por vez. Na segunda ronda teve Felix Maidana, mas este também teve o destino de seu antecessor, um pouco mais difícil é bem verdade, pois chegaram aos finalmente e Oscar acabou promovendo um de seus peões – forçando Félix a abandonar porque o xeque-mate seria questão de poucos lances. Chegou a vez de seu grande fã e responsável pela agitação, Diego Pelaez. Outro que não lembrava, ou não sabia, da abertura utilizada por Oscar e acabou sendo facilmente derrotado. Assim ele levou até se deparar com Alcides Paz. Neste as coisas não funcionaram como devia. Num momento nefrálgico de vacilação ele ousou tanto que esqueceu a seqüência do lance - deixou sua Dama pendurada e acabou sentindo como é amarga a derrota.
Já era adiantado da hora quando os “combatentes” entraram na última rodada. Com esta derrota Oscar foi deslocado da mesa principal. Nos torneios de xadrez – os jogadores são distribuídos qualitativamente segundo seus desempenhos nas mesas principais – sendo que a número um é a mais cobiçada. O homenageado estava na iminência de levar para sua casa o grande troféu de campeão. Esta derrota não estava em seus planos. Nesta partida decisiva ele deveria vencer. Caso contrário o prêmio máximo com certeza iria para Félix que estava em seus calcanhares. Azar do sargento Carlos Augusto do 7ºRCMEC que teve de enfrentar um leão ferido. Um leão desnutrido e magro é bem verdade, mas um leão é sempre um leão. Carlos até foi valente e lutou, mas prevaleceu não só a experiência de Oscar, mas o volume de jogo. Com este título ele sai na frente na corrida dos campeões liderando o ranking de 2007. Além dele – a organização premiou com medalhas personalizadas até o sexto lugar foi a seguinte ordem: vice-campeão Félix Maidana seguido por Diego Pelaez, Messiânico José Menezes, Alcides Paz e o sargento Carlos Augusto em sexto. O próximo encontro será em abril com o torneio de Páscoa. Este deverá ter a presença de jogadores de Bagé que se comprometeram a vir prestigiar o pronto restabelecimento de Oscar.
Entretanto, o grande destaque da noite não ficou por só por conta do show de Oscar. A partida que desviou todas as atenções aconteceu na última rodada na mesa em que se enfrentavam o uruguaio e secretário do clube Sarandi Universitário de Rivera Júlio Lito e o recém chegado aos quadros de enxadrista iniciante do Bobby Fischer Rodrigo da Costa Pereira. Este realmente foi um jogo que ninguém perdeu a oportunidade de assistir. Até mesmo os graduados se acercaram à mesa para ver as grandes movimentações e jogadas de cinema que ambos protagonizavam. Não que eles fossem lá grandes jogadores, mas justamente aí é que residia a atração. Muitos lances e jogadas brilhavam pela inocência de seus comandantes. O ponto alto aconteceu quando Rodrigo literalmente encurralou Lito no canto cercado com Dama, Bispo e Cavalo. Ele não percebeu que – se jogasse a Dama no fundo na casa da Torre adversária seria xeque-mate, pois o Rei não poderia ser defendido tampouco fugiria, uma vez que a diagonal aparentemente livre estava sendo ocupada pelo Bispo da casa negra. Rodrigo invés disso resolveu jogar o Cavalo para, no lance seguinte encerrar o jogo com um mate apoteótico – isso pelo menos em sua concepção. Só que ao fazer isso, liberou a Dama de Lito que pôde contra-atacar através da única diagonal outrora obstruída pelo Bispo da casa negra de Rodrigo – o mesmo que impediria o Rei de Lito fugir. Lito olhou, pensou, mas não tinha certeza de nada. Mas foi em frente. Muniu-se de coragem e resolveu dar xeque. Perderia, talvez, mas pelo menos um xeque ele daria. Não é que foi xeque-mate. A turma foi ao delírio – o bom e velho amigo Lito conseguiu finalmente vencer uma partida. Ele com o passar dos anos se tornara o “mascote” do xadrez na fronteira, mesmo no alto de seus quase 70 anos de vida.
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Como ser campeão em apenas sete segundos foi a lição no torneio de xadrez Nelcy Bidart


Faltavam menos de um minuto e meio para que o tempo do adversário caísse e por conseqüência culminasse com uma inédita, estrondosa e relevante vitória que lhe conferiria o título do torneio de xadrez Nelcy Bidart que foi disputado na tarde deste último domingo, dia 15 e reuniu a seleta e privilegiada elite do esporte na fronteira na Sala de Cultura Ivo Caggiani - numa promoção do Bobby Fischer Xadrez Clube com patrocínio do Sesi e apoio do Departamento Municipal de Desporto. Diego Pelaez já contava com esta vitória. Pensou com seus botões que nem Kasparov seria capaz de lhe vencer - pois tinha tudo ao seu favor. Um bispo no centro do tabuleiro bloqueando praticamente todos os eventuais ataques. Ele era todo ataque. Chegou a sentir o gostinho e o frêmito do título. Até mesmo porque na rodada anterior ele suplantara um dos grandes favoritos e que de fato jamais sucedera algo parecido. É verdade que Tiago Braz estava um tanto destreinado - mas aquele que chegou a ser considerado no ano passado o menino prodígio do xadrez santanense mesmo sem ritmo ainda era o "Róbin".
Veio a última rodada e um simples empate seria o suficiente. E ele há esta altura dos acontecimentos, já com a mão na taça - estava com tudo ao seu favor. Já não lhe interessara empatar, uma vez que ser campeão com uma estrondosa e arrasadora vitória e ainda por cima contra o temível e por vezes imbatível Sixto Corbo era quase um sonho, um verdadeiro presente de páscoa atrasado. 55 segundos era o tempo que restava para Corbo. Diego tinha quase cinco minutos de vantagem - só que ele desconsiderou uma regra básica e fundamental no xadrez: quanto maior a vantagem maior a concentração. Não é que Pelaez num completo ato de distração deixou que Sixto o atacasse num movimento agudo e frontal de torre que lhe "cravou" a dama no fundo. Não houve saída. Inacreditável. Só no xadrez acontece estas magias e soluções de gênio. Sixto Corbo provou porque é um dos maiores jogadores deste esporte no Uruguai e aplicou um tático impressionante restando pouco mais de sete segundos para cair o tempo de seu relógio. Com a derrota Diego não ficou nem em segundo - teve que se contentar com o terceiro lugar num grande evento que teve mais de 60 participantes mesclando crianças, jovens, adultos, militares e seniores dos naipes feminino e masculino.
Além de Corbo que sagrou-se campeão na categoria graduados seguido por Pablo Lara, Diego Pelaez e Félix Maidana em terceiro - também receberam suas medalhas personalizadas os seguintes enxadristas. Na categoria especial: 1ºJosé Messiânico, 2º Carlos Manez, 3ºJosué Braz e 4º Fênix Astar(aquele personagem misterioso que invadiu um torneio comemorativo e que consta neste blog). No feminino - 1º Daniela Pires, 2º Júlia de Freitas da Cruz, 3º Suzana Levy Tentardi, 4º Helena Levy Tentardi. Os júnior premiados foram: Martin Morena, Odirlei Lunkes, Matheus Gutierrez e Leonardo Araújo. No quesito mérito militar o campeão foi o cabo Machado (2ªBiaAAAe) seguido pelos oficiais do 7ºRCMec, sargento Barreto, tenente Assad e sargento Melo Ramos. Além deles receberam medalhas de menção honrosa Mariane Diehl Gonçalves e Marcos López.
Na cerimônia de encerramento o Bobby Fischer Xadrez Clube homenageou as seguintes entidades com a comenda de colaboradores eméritos com diplomas Top of Mind: Deportivo Social Sarandi Universitário de Rivera na pessoa de seu gerente Sr. Eduardo Flaco Melo, Diário Jornada (de Rivera), Sr. Fdreddy Silva (Diretor do suplemento El Deportivo do jornal El Norte de Rivera), Jornal A Platéia (Sant’Ana do Livramento), Sílvio Renato Paz (diretor do jornal Enfoque Esportivo de Sant’Ana do Livramento). No quesito AMIGO DO XADREZ receberam comendas: Programa Cultura Esportes (da Rádio Cultura AM de Sant’Ana do Livramento), Sr.Sidnei Azevedo (editor de Esportes do Jornal A Platéia de Sant’Ana do Livramento) e Sr. Édson Gonçalves (Chefe do Departamento Municipal de Desporto de Sant’Ana do Livramento). Feito isso houve a diplomação e posse da nova diretoria Para o biênio 2007/2008 assim composta. Diretor-presidente: jornalista Pedro Nicola, Diretor vice-presidente: Paulo Maurício Paines Peres, Secretário Executivo: professor Nelcy Remedy Bidart, Diretor Financeiro: Haroldo Teixeira Cruz, Diretor Jurídico: João Batista de Barros Luizelli, Diretor Contábil: Sérgio Moraes, Diretor Técnico: Nilo Cruxen, Diretor do Departamento Infanto-juvenil em Rivera: Francisco Muñoz, Diretor de Marketing: Leonardo Martins, Presidente do Conselho Deliberativo: José Menezes, Superintendente geral e Presidente do Conselho Consultivo: Alcides Paz. Por fim, amparado no ARTIGO 28º do TÍTULO VII do ESTATUTO SOCIAL DO BOBBY FISCHER XADREZ CLUBE que em sua letra “h” permite ao presidente nomear novos integrantes diretivos, a partir desta data e pelos próximos dois anos a contar com este, fica criado o cargo de Gerente Executivo: que será ocupado pelo senhor Alexandre Cunha que terá atribuições executivas e administrativas podendo deliberar decisões referentes a futuros e eventuais contratos e convênios promocionais objetivando a captação de recursos para promoção de eventos enxadrísticos desde que não contradiga o ESTATUTO SOCIAL DO BOBBY FISCHER XADREZ CLUBE. Como ato inaugural de sua gestão o senhor Alexandre Cunha assinou o diploma DE CONDECORAÇÃO DE MÉRITO do homenageado especial - decano Nelcy Remedy Bidart.

EM TORNEIO COMEMORATIVO À PÁTRIA URUGUAIA:Ao final ainda se abraçaram, aplaudiram e teve uns que até choraram!!




















Hora - faltavam vinte minutos para as nove - a rua relativamente calma e com pouco movimento, pois o frio voltara e o breu da noite já mostrava seus ares. De repente no número 375 da Rua Hugolino Andrade começou a receber visitas de uma série de personagens carregando pequenas caixas - que mais tarde se descobriu tratar-se de peças de xadrez. A seguir o que se ouviu foi uma música melodiosa que aos poucos foi despertando atenção dos escassos pedestres que por ali passavam. Posição de sentido, queixo reto e ombros firmes - foi a postura que se viu. Na verdade ouviam solenemente o Hino Nacional Uruguaio em reverência ao dia 25 de agosto, data em que o povo uruguaio comemora sua independência. Teve os mais entusiastas que não se agüentaram, coloraram a mão direita no peito e cantaram al alto e bom tom "...Oriental de la pátria la tumba ..." Ao final ainda se abraçaram, aplaudiram e teve uns que até choraram.
A cena acima descreve o que antecedeu o Torneio Comemorativo à Independência Uruguaia promovido pelo Bobby Fischer Xadrez Clube em parceria com o Clube Sarandi Universitário de Rivera na noite desta última quinta-feira dia 25 de agosto. O evento teve arbitragem do jornalista e presidente do Bobby Fischer - Pedro Nicola foi disputado em sete rodadas pelo sistema suíço controlado por computador no ritmo relâmpago de 10 minutos para cada jogador.
Ao final - lá pelas tantas da madrugada, já na sexta-feira, os presentes foram surpreendidos com uma novidade que literalmente deixou todos de água na boca. O gerente do Clube Sarandi, Eduardo Flaco Melo, o diretor de esportes Diego Pelaez e o secretário Júlio Lito estrategicamente deram uma saída e retornaram com vários fardos de refrigerantes, dois garrafões de vinho e muitos salgadinhos. A turma não fez cerimônia. Engana-se aquele que pensar que o enxadrista não tem fome - ele tem, sim, e muita. A arte de pensar queima calorias preciosas que devem ser repostas para próximos embates intelectuais. Não sobrou nada nem para o santo comentou o um expectador anônimo que – na maior “cara-de-pau” se infiltrou e acabou participando da confraternização. Seu nome. Até hoje ninguém ficou sabendo, pois sempre este personagem se esquivou das perguntas. Apenas dizia chamar-se “Fênix Astar” uma verdadeira caricatura humana de pouco mais de dois metros de altura, muito estranho que freqüentou as dependências do clube diversas vezes, sempre aos sábados de manhã e por vezes à tarde – mas como que por encanto desapareceu; não da cidade, mas das atividades enxadrísticas. Ainda é visto circulando na cidade, porém procura sempre se esquivar e se manter anônimo, incógnito. Há quem imagine tratar-se de um agente da INTERPOL, CIA, FBI ou até mesmo um agente secreto. No entanto, se este não tivesse sido visto por diversas vezes circulando à noite, até seria fácil fazer um mau juízo de que este misterioso indivíduo seria um presidiário em regime semi-aberto. Mas de qualquer forma o evento não teve interferência nenhuma e - mesmo depois do encerramento o pessoal seguiu jogando e comendo.









A CLASSIFICAÇÃO FINAL
Class. Nome Origem Pontos vit. Progr.
1 Sebastián Sanchez Montevidéu - Uruguai 7 7 28.0
2 Valmir Souza Rio Grande - Brasil 4.5 4 19.5
3 Roberto Castillo Montevidéu - Uruguai 4.5 4 16.5
4 Tiago Braz Livramento - Brasil 4.5 4 14.5
5 Daniel Martinez San José de Mayo - Uruguai 4 4 20.0
6 Mário Peru Rivera - Uruguai 4 4 14.0
7 Flaco Eduardo Rivera - Uruguai 4 4 13.0
8 Oscar Rodrigues Rivera - Uruguai 3.5 3 13.5
9 Washington Echavalete Rivera - Uruguai 3.5 3 12.5
10 Louis Sampaio Cuba - Cuba 3 3 16.0
11 Diego Pelaez Rivera - Uruguai 2.5 2 13.5
12 Alberto Félix Rivera - Uruguai 2 2 7.0
13 Fabián Gonzalez Rivera - Uruguai 1 1 5.0
14 Júlio Lito Rivera - Uruguai 1 1 3.0

Circuito verão de xadrez no Uruguai





1ª etapa

O evento foi uma iniciativa do Clube Sarandi Universitário e foi dividido em quatro etapas entre os meses de dezembro/2007 e janeiro/2008 na sede campestre do clube de Rivera no Uruguai. Todas elas foram disputadas com início nas tardes de sextas-feiras com a primeira rodada no tabuleiro gigante e, quando a luz ambiente não mais permitia que jogassem normalmente – os enxadristas passavam para área coberta e jogavam até as primeiras horas do dia seguinte.
Aí até que tinha uma vantagem. O gerente do clube Flaco Eduardo Melo ordenou ao chefe da cantina, Iraldo Rodriguez que não poupasse esforços em bem atender os convidados. Para isso servia pizzas, batatas-fritas, tortillas, pastéis e muito refrigerante. Realmente uma recepção digna de primeiro mundo aos artistas dos tabuleiros. Quem não gostaria deste “mu mu” todo? Houveram aqueles mais acomodados que recusaram. Mas não tem problema – pois aqueles mais fiéis cumpriram seus papéis e deram suas parcelas de participações e de sobremaneira serviram de palco para o desfile de um fenômeno que começava a surgir.
Tiago Braz não estava lá com tanta vontade de participar, mas devido às grandes pressões que sofrera dos demais resolveu participar. Não é que teve até sorte, e muita, na conquista do primeiro título que literalmente lhe caiu no colo. Na última rodada ele até poderia ser campeão, mas dependia de resultados paralelos e o mais improvável seria que o jogador de muitas pátrias Dirley Belo perdesse sua partida. Ele enfrentaria e de brancas o arquiteto Diego Pelaez que é infinitamente menos jogador que ele. Seria o mesmo que acreditar que um fusca pudesse vencer uma corrida de Fórmula-1.
A última rodada, a quinta, iniciou já com um virtual campeão. Belo jogava, se levantava, dançava e fazia todo tipo de galhofas como se houvera vencido. Não é que lá pelo movimento 26 ele deu a velha e boa “pixotada” e acabou levando um descoberto de peão que na seqüência comeu sua Dama que culminou na ameaça inevitável de xeque-mate em dois lances. Tiago vendo isso ganhou sangue novo. Partiu para cima de Castillo, vencendo, é claro. Castillo é tão boa pessoa que houve até quem suspeitasse que ele deixara Tiago vencer. Pelo sim – pelo não, mas principalmente pelos critérios de desempates Tiago levantou seu primeiro caneco.

2ª Etapa

Exatamente duas semanas se passaram e Flaco Eduardo voltou anunciar que promoveria outro torneio, nas mesmas condições. E curiosamente como num “clube do bolinha” lá estavam exatamente os mesmos da outra vez. Só que mudara desta vez era um dos petiscos. Desta vez tinha churrasco de lingüiça. Uma iguaria típica do Uruguai que costuma colocar o chouriço no pão com muito molho verde chamado de pesto, cujos ingredientes são: salsa, cebolinha verde, pimentão, alho, sal, pimenta e azeite de oliva, tudo muito bem moído e misturado – realmente uma delícia. Só quem já provou poderá confirmar, mas quem estiver lendo esta crônica pode sonhar e ter água na boca, porque é muito gostoso esse molho verde. Ainda mais se abaixo dele estiver uma linguiçinha douradinha no meio de um pão Viena com maionese e cat-chup.
Este torneio não teve um final tradicional – porque houve a necessidade de três enxadristas desempatarem para saber do 1º ao 3º colocado. Tiago, Castillo e Gilberto ficaram exatamente iguais em todos os quesitos. Fato não muito comum no xadrez. Aí a solução foi a disputa de um mini-torneio entre eles de ida e volta. Daí a estrela de Tiago mais uma vez brilhou e ele venceu todas as partidas ficando com o bi-campeonato.

3ª Etapa

Desta vez Tiago teve mais sorte que juízo. Na partida que seria fácil, a primeira, ele – sabe-se lá porque, se enrolou todo e por detalhes não perdeu para Diego Pelaez. No final naquela bateção de peças o tempo do Tiago caiu, mas Diego que estava ligado apenas no tabuleiro não percebeu. Até que um “Peru” que estava olhando gritou... “Caiu o tempo de Tiago!” Aí houve a necessidade da interferência da arbitragem que alertou para o fato de que o pessoal de fora não pode opinar nas partidas alheias. Neste meio tempo a seta do relógio de Diego também caiu sem que este tivesse tido a oportunidade de reivindicar a vitória. Ao serenarem os ânimos – e discorridas as regras oficiais da FIDE, o empate foi decretado e o torneio prosseguiu normalmente. Mas sem o desagradável Peru. Tiago resolveu jogar sério e venceu todas as quatro partidas restantes e sagrando-se campeão isolado com 4,5 pontos.

4ª Etapa

Ele desta teve vontade de chorar – não de alegria como das vezes em que venceu, mas de tristeza – e muita. Agora não foi a sorte que abandonou Tiago e sim faltou jogo mesmo. Não era sua noite. Já na primeira rodada sofrera para vencer o fraco Alcides. Na segunda, o empate com o professor Mário Andrades lhe saiu barato. Merecia ter perdido. Com este joguinho não iria muito longe. Mesmo assim o computador lhe manteve na mesa Um e sabe quem trouxe para enfrentá-lo? O temido Sixto Corbo. Um irreverente e por vezes “chato” jogador uruguaio de xadrez que viera de Montevidéu onde estuda e joga. Por sinal está entre os melhores de seu país e atingiu o rating de Mestre Nacional. Tiago mais uma vez repetiu seu desempenho ridículo e foi sumariamente derrotado. Porém, ainda conseguiu reabilitar-se e ficou com o vice-campeonato.




TORNEIO DE VERÃO COM SURPRESAS

A noite desta última sexta-feira, dia 25 – vai entrar para história do xadrez na fronteira com sendo mágica e de muitas alternativas. Além de um magnífico e disputado torneio aproveitando o frescor da noite à beira da piscina na sede campestre do clube Sarandi Universitário de Rivera, onde as disputas foram até as primeiras horas da madrugada do dia seguinte – se engana aquele que pensar não terem estes atletas do intelecto sido tratados como heróis e dignidade como mereciam.
Na verdade estavam reunidos o que há de melhor disponível no momento da seleta e privilegiada elite deste esporte na fronteira – inclusive com os atuais campeões Diego Pelaez (Departamental de Rivera) e Tiago Braz (do circuito verão/piscina do Sarandi Universitário). Por isso todas as atenções estavam voltadas para um possível novo confronto entre eles que registra um empate: cada um venceu uma partida. E a noite prometia. Apesar de tudo eles são bons amigos, mas a partida de desempate era o que todo o público presente aguardava. Não esqueçamos que Diego se transformou num ídolo dos jovens e crianças e conquistou o respeito dos pais. Já Tiago é um garoto de 22 anos, por demais quietos e encabulados que prefere não entrar em polêmicas sempre afirmando:- “O seu Diego não é campeão departamental por acaso, tenho que respeitá-lo”.
O torneio iniciou com o tradicional – “se cumprimentem e joguem!” Do árbitro e o que se ouviu a seguir foi o silêncio dos pensamentos e o acionar dos relógios. Como a noite estava quente podia-se ouvir até os mosquitos. Porém a grande surpresa aconteceu já no decorrer da segunda rodada. Sem que ninguém soubesse o cantineiro do clube, seguindo as orientações do gerente Eduardo Melo – serviu a todos os jogadores muitas porções de pizzas com refrigerante à vontade. De início ninguém entendeu, mas tudo fazia parte da estratégia de atendimento do Sarandi Universitário como veio mais tarde a revelar o senhor Melo.
De repente na quinta rodada onde tudo indicava que Gilberto de Los Santos seria o grande campeão – ele teve a sua atenção despertada pelo agradável aroma de chouriço que atraiu até a cachorrada da zona (Povo Novo, um bairro de gente humilde) proporcionando no ambiente de jogo uma cena inusitada. Foi cômico ver o assador sair correndo atrás da cachorrada de vassoura em punho. Sem querer até bateu na mesa um e derrubou todas as peças. Era aqui que Gilberto jogava e contra Tiago. Diz ele que se desconcentrou e acabou perdendo a partida e, como se verá a seguir – o título. Não deu nem tempo para ficar irado – porque em seguida começaram a servir chouripan com batatas fritas. Um luxo, logo esbravejaram os jogadores. Para quem não sabe, é bom esclarecer que “chouripan” não é tão somente chouriço no pão, o que aqui no Brasil corresponde ao bom e velho pão com lingüiça.
Após esta rodada – os jogadores começaram a caminhar sem rumo pelo clube deixando os espectadores - que naquela altura da madrugada, por volta das 2h não eram muitos, pouco mais de 60, sem entender o que se passava. O torneio havia encerrado ou não, se perguntavam. Nada disso. Seis enxadristas haviam empatado em número de pontos e o critério seria um novo torneio para decidir a classificação.
Empatados em primeiro com quatro pontos ficaram Roberto Castillo, Gilberto de Los Santos e Tiago Braz. Teriam que disputar do1º ao 3º classificado. Porém a pegada feia e dura ficou para Diego Pelaez, Oscar Rodrigues e Federico Leon que teriam que lutar por apenas uma medalha – a de 4º colocado. Foram mais duas horas de torneio. Na mesa principal mais uma vez brilhou a estrela do jovem Tiago que venceu espetacularmente os dois adversários e na outra o bom e velho Oscar repetiu a mesma receita. Quem não saiu muito satisfeito no final de tudo – foi o público que não pode presenciar o tão esperado confronto de desempate entre Diego x Tiago – isso porque não aconteceu. Quem sabe fica para outra oportunidade. Em breve haverá outro torneio nos mesmos moldes. Só que neste dia estarão retornando Dirley Belo, Valmir Souza, Nilo Cruxen e outros tantos. A tarefa de manter a hegemonia e o título ficará praticamente impossível para Tiago. É esperar para ver o que aprontarão estes gênios.


Classificação final
Posição Nome Origem Clube Pontos
1º Tiago Braz Livramento Bobby Fischer 6,0
2º Gilberto de Los Santos Rivera Sarandi Universitário 5,0
3º Roberto Castillo Montevidéu Bobby Fischer 4,5
4º Oscar Rodriguez Montevidéu Bobby Fischer 4,0
5º Diego Pelaez Rivera Sarandi Universitário 3,5
6º Federico León Rivera Chico Sarandi Universitário 3,0
7º Airton Costa Livramento Bobby Fischer
2,0
Júlio Lito Rivera Sarandi Universitário
Flaco Eduardo Rivera Sarandi Universitário
10º Pablo Rivera Sarandi Universitário 1,0
11º Alcides da Paz Livramento Bobby Fischer 0,0