Sete minutos e meio para acabar - o tempo não era preocupante e como a posição o favorecia de certa maneira ele poderia relaxar logo lembrou da ministra Marta Suplicy - pensou com seus botões seria um desrespeito levar ao pá da letra o que ela afirmou diante de milhões de telespectadores. Respirou fundo, deu mais uma olhada na posição das pelas e percebeu que a situação estava sob completo e absoluto domínio. Lá fora da cobertura a chuva aumentou forçando-o a recorrer ao casaco de abrigo vermelho de peito branco com o brasão das forças armadas que muito utilizou quando serviu o exército há uns anos. Hoje fica bem justo, mas ainda quebra o galho. Era apenas a segunda rodada no total de cinco do torneio Clausura de Verão na piscina do Clube Sarandi Universitário e haveria tempo de se recuperar caso houvesse algum desastre - o que não estava se compondo a situação no tabuleiro - pelo menos isso momentaneamente. Porém, dentro de toda sua timidez que lhe é peculiar até que se decidisse levantar, passar por todas as mesas, pedir a chave do carro para o Alexandre Cunha que naquela altura estava a baixo de mau tempo contra Flaco Eduardo. Até que isso acontecesse o tempo disparou e reverteu tudo no campo de batalha.
Vestiu, mas nem por isso sentiu-se melhor. Não acreditava no que via. De repetente tudo havia mudado. Olhou, ficou em pé, mudou de posição, procurou observar o tabuleiro sob diversos ângulos - até do ponto de vista do adversário, mas as notícias não eram das melhores. Por mais paradoxal que pareça houvera pedido o ataque, pois deixou Diego ganhar o entro e colocar um cavalo perigosamente em d5 ameaçando um duplo que ele não tinha como evitar. Pior. Não era só o duplo. Perderia não só a Dama, mas na seqüência a Torre, dois peões. Um verdadeiro massacre. Tudo por conta de um frio que chegara em fora de momento.
Aqueles sete minutos se transformaram em escassos três e 45. Pensou, visualizou e arregalou os olhos para captar o máximo de luz possível. Quem sabe houvesse uma escapatória. Encontrou. Mas nestes dezenas de cálculos o menino prodígio teria menos de dez segundos para vencer o atual campeão Departamental de Rivera. Pelaez o venceria, com certeza, mas não seria no tradicional xeque-mate. Sacrificou sua Dama pelo perigoso cavalo de Diego para dificultar um pouco as coisas e agüentou mais uns minutinho. Mas infelizmente para o menino prodígio santanense não foi suficiente estas tentativas - e teve que concordar com a sabedoria popular ..."Rei morto é rei deposto!" estendeu a mão trêmula e cumprimentou aquele que seria o grande campeão da noite.
Vestiu, mas nem por isso sentiu-se melhor. Não acreditava no que via. De repetente tudo havia mudado. Olhou, ficou em pé, mudou de posição, procurou observar o tabuleiro sob diversos ângulos - até do ponto de vista do adversário, mas as notícias não eram das melhores. Por mais paradoxal que pareça houvera pedido o ataque, pois deixou Diego ganhar o entro e colocar um cavalo perigosamente em d5 ameaçando um duplo que ele não tinha como evitar. Pior. Não era só o duplo. Perderia não só a Dama, mas na seqüência a Torre, dois peões. Um verdadeiro massacre. Tudo por conta de um frio que chegara em fora de momento.
Aqueles sete minutos se transformaram em escassos três e 45. Pensou, visualizou e arregalou os olhos para captar o máximo de luz possível. Quem sabe houvesse uma escapatória. Encontrou. Mas nestes dezenas de cálculos o menino prodígio teria menos de dez segundos para vencer o atual campeão Departamental de Rivera. Pelaez o venceria, com certeza, mas não seria no tradicional xeque-mate. Sacrificou sua Dama pelo perigoso cavalo de Diego para dificultar um pouco as coisas e agüentou mais uns minutinho. Mas infelizmente para o menino prodígio santanense não foi suficiente estas tentativas - e teve que concordar com a sabedoria popular ..."Rei morto é rei deposto!" estendeu a mão trêmula e cumprimentou aquele que seria o grande campeão da noite.