O jogador de xadrez é mesmo um personagem diferenciado. Engana-se aquele que pensar que ele troca qualquer outra atividade por um bom e disputado torneio e ainda mais se confirmaram presença os grandes rivais. Aí não tem outra. O programa, mesmo que seja um domingo de tarde, e carnaval, é dar de mão no inseparável relógio de xadrez, nas costumeiras peças, dar tchau para esposa, aos que ainda tem é claro – e rumar para o Bobby Fischer Xadrez Clube.
Foi o que fizeram alguns aficionados por este esporte, mas ao chegarem tiveram a notícia que o menino prodígio do xadrez *santanense (*quem nasce ou vive em Santana do Livramento é chamado de santanense), resolvera participar. Para uns uma motivação a mais. Para outros, desânimo total, porque já cansara de perder para ele. Mas independente disso, a verdade é que se formou um lobby entre os presentes do tipo: “um contra todos e todos contra um” e, de pacto tácito firmado, de forma informal é claro - o evento teve início.
Como havia um jogador de maior rating – logo o programa de emparceiramento (Swiss Perfect 98) o ‘jogou’ para mesa Um. Beleza pensou Tiago – fugi da fera que se chama Pablo Lara, um adversário de respeito que muitas vezes imporá derrotas até vexatória a ele. Para Tiago lhe tocou a mesa dois que ali jogou por três rodadas num total de nove no ritmo 15’x15. Empilhou vitórias. Só que não contava que na quarta rodada a sorte lhe premiara com um “presente grego”. Gritou o árbitro –“mesa 01, Pablo Lara contra Tiago Braz!” E a galera quase veio abaixo. Foram incontáveis minutos de muita algazarra – todos botando pressão nos únicos jogadores que tinham vencido todas as partidas e a hora da verdade chegara: o bom e velho tira-teimas.
A única vantagem que Tiago tinha neste momento era o fato de que Pablo verdadeiramente não é um jogador de ritmo rápido. Tampouco ele o era, mas estava mais acostumado neste tempo e poderia armar uma. Foi o que fez. Fechou a partida de tal maneira que Pablo teve que gastar muito tempo calculando seus lances. O plano deu certo. Com uma vantagem de quase dez minutos, Tiago ganhou a vida que pediu a Deus. Com os bispos de cores trocadas peões atravessados em “V” e trancados nas casas inversas do ataque dos bispos e também não permitindo que as torres ou os reis jogassem aquilo era um jogo de empate. Pois como diz o bom senso – em determinadas posições quem força, perde. Não é que um forçou – e mal. Pablo ficou entre o fogo e a frigideira – realmente numa posição delicadíssima. Tiago ficou com dois peões passados no flanco da torre da Dama, apoiado pelo Rei, sua Torre e ainda coroaria apoiado pelo Bispo. Não deu outra. Pablo se levantou, estendeu a mão esquerda e abandonou. A partir daí os fatos aconteceram dentro da normalidade. Tiago na mesa 01 sem ser ameaçado por ninguém. Ele fez 9 em 9. Campeão indiscutível. Esta foi a quarta conquista dele em seqüência. Uma dádiva para quem em dezembro de 2006 disputara de forma insignificante a Copa Santanense de Xadrez Pensado
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário