quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A história de Nélson e Tarcísio um carioca e um cearense no RS




“Nélson de Lima é um carioca de Cabo Frio como outro qualquer. Seria, não fosse ele um divertido e jocoso advogado apaixonado pelo Xadrez. Não tivesse ele um amigo de fé não teria tido coragem para partir rumo ao desconhecido confiando apenas na intuição. Ele teve o apoio do cearense Tarcísio Dantas que o encorajou. A seguir a narrativa de uma aventura de um <> e um <> que se aventuram em terras gaúchas no extremo sul do Brasil adentrando, inclusive, em território uruguaio – tudo para disputar um inédito torneio de xadrez. A narrativa que segue é simples, vibrante, de fácil compreensão e rica em detalhes”.



Domingo, 10 de Agosto:

06h. 30min. Eles chegaram para a disputa da III COPA BOBBY FISCHER DE XADREZ com uma semana de antecedência – vindo da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, a cidade mágica e maravilhosa que embala os sonhos de qualquer turista. Tarcísio Dantas e sua esposa Roberta – juntamente com o renomado advogado carioca de projeção nacional Nélson de Lima. Na bagagem trouxeram muito mais do que roupas e muito agasalho para enfrentar o frio da fronteira gaúcha que no período oscilava entre os 10 graus centígrados. Mas a sensação térmica de menos três – provocada pelo bom e velho vento minuano dos pampas gelou até os ossos de nossos amigos turistas que há algumas horas, no Rio de Janeiro os termômetros beiravam os 40 graus – e na sombra. No entanto – eles tinham uma “arma secreta” que os defenderam das agruras climáticas. A alegria e espírito jovial deles somaram ao calor humano da fronteira fazendo-os esquecer, de sobremaneira, que estavam mais próximos do Pólo Sul, uma nova experiência – já que vinham da tórrida região equatorial.

2ª-Feira, 11 de Agosto:

09h. 14min. Tarcísio e Roberta tranqüilamente estavam tomando café da manhã no hotel quando tiveram a agradável surpresa de conhecer aquele personagem que outrora apenas tinham trocado mensagens por e-mail e conversado uma vez por telefone. O reconhecimento não aconteceu à primeira vista, mas depois de alguns segundos aquele ser parado diante deles, carregando uma câmera fotográfica digital foi reconhecido por analogia e recebeu um caloroso e precioso abraço de ambos. O jornalista e presidente do BFXC Pedro Nicola não tinha dúvidas. Os poucos e escassos chumaços de cabelos que se espalhavam pela volumosa cabeça davam testemunho que aquele simpático senhor não poderia deixar de ser o cearense Tarcísio. Voz melíflua e com timbre agudo – Tarcísio e Nicola mantiveram uma longa conversa até a chegada de seu amigo. Ainda sonolento Nélson era bem diferente de Tarcísio. O típico carioca “da gema” era muito brincalhão e falava pelos cotovelos. (foto 1)

10h. 30min. O quarteto foi recebido pelo prefeito municipal de Santana do Livramento em exercício Ângelo Sant’Anna. A rasgação de seda foi grande. A conversa se arrastou por longos e duradouros minutos – onde não pouparam elogios ao trabalho realizado pelo Bobby Fischer Xadrez Clube e seus planos para futuro. Tarcísio e Nélson se comprometeram em retornar não ó em 2004 para futuros eventos, mas sempre que forem promovidos eventos como a III COPA BOBBY FISCHER. Segundo eles, há grandes possibilidades de que tragam uma excursão reunindo os melhores jogadores do Rio de Janeiro e região. Esta visita inesperada teve que ser interrompida, passados 54 minutos, pois quebrara um protocolo agendado há semanas onde neste momento deveria estar sendo realizada uma importante reunião entre o executivo municipal e uns empresários que objetivam estabelecer suas indústrias na cidade. (fotos 2, 3, 4, 5,6).

11h. 14min. Nélson, Tarcísio e Roberta deixam o gabinete do vive-prefeito e foram convidadas a conhecerem o Salão Nobre Prefeitura Municipal. Eles se comportaram como típicos turistas e ficaram verdadeiramente deslumbrados quando chegaram na sacada que fica de frente à Praça General Osório – a principal da cidade. (fotos 7,8,9,10,11.12,13) Tiraram algumas fotos (fotos 14,15,16,17,18) e prontamente decidiram que chegara o momento de conhecer a centenária árvore Timbaúva que dizem ter sido plantada pelo imperador Dom Pedro II quando aqui esteve. O trio parecia que estava no paraíso – tamanha era a alegria. Após abraçarem a exemplar mais famosa da flora santanense – eles avistaram o típico habitante da terra. O setuagenário personagem nada entendeu quando foi abordado pela dupla que o “forçaram” a sentar no banco da praça para tirarem uma fotografia. (fotos 19, 20).

11h. 34min. Depois de percorrerem os quatro cantos da praça e visitarem a Catedral da Igreja Matriz – os jocosos visitantes foram conhecer a Sala de Cultura da cidade, cuja chefia está sob a responsabilidade de Zélia Cardoso Mendina (foto 23) - uma simpática “ânsia que se aproxima dos oitenta anos” e que conhece toda história de Santana do Livramento. Ela própria faz parte dela. Antes, porém - conversaram animadamente com populares na rua. (foto 21) No andar superior desta casa – após percorrerem uma suntuosa escadaria de mármore branco que dá um ar de glamour na arquitetura greco-romana da era vitoriana eles chegaram no último dia da exposição de artes que comemora o aniversário da cidade. Neste particular o entusiasmo maior ficou por conta de Roberta Dantas que – no Rio de Janeiro exerce a profissão de pintora de quadros e artesã. (fotos 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29,30).

12h. 16min. O sinal típico que chegara o momento de partirem foi sentido. Eles não tinham despertador ou agenda eletrônica que os avisassem do compromisso inadiável do momento. Mas sabiam que era hora do almoço, pois o “ronco oco” do estômago era razão mais que suficiente para partirem. Sabe onde eles foram? Provar uma deliciosa e suculenta “parrillada” uruguaia. Ali tomaram várias cervejas que na verdade são chopes, comeram uma variedade incontável de carnes, saladas e sentiram na pele o reflexo deste ‘bulimia’. O sangue ácido provocou um sono incomum que os fez dormir pelo resto da tarde, assim que chegaram no hotel.

18h. 00min. O sol declinara quando o porteiro ligou para o quarto deles avisando que tinham visita. “- Boa tarde, aqui é da portaria e tem um senhor desejando vê-los”, avisou educadamente o senhor Nilo. – “Está certo, já baixaremos”, responde com uma grave voz o cearense. Não que estivesse incomodado, mas as longas horas de sono engrossaram sua fina voz. O frio que estava sentindo era intenso e com a mão esquerda agarrando o cachecol em torno do pescoço mal pode bater à porta do quarto 26 onde estava Nélson. Ele utilizou o chaveiro de madeira para isso, pois temeu machucar seu dedo indicador. O carioca é um homem de compleição rígida. Pode-se dizer que é do tipo forte. Poucos são os advogados que tem este porte físico. Em parte isso é bom, pois dispensa guarda-costas ou coisas no gênero. Ao chegarem no saguão do hotel encontraram ninguém menos que Nilo Cruxen, o diretor de esportes do BFXC. Eles, após breves apresentações – foram passear e jantaram juntos. Na volta ainda “bateram uns pinguisinhos” e foram dormir. Cada um em seu respectivo quarto - é claro, e Nilo voltou para sua casa.

3ª-Feira, 12 de Agosto:

09h. 30min. Eles baixam para o café da manhã na última hora. O hotel encerra às nove e meia, pois precisam preparar o almoço. O céu azul, sem nuvens e temperatura agradável era ideal para um passeio de compras. Foi exatamente que fizeram. Se existe o termo que os qualifiquem, o de compradores compulsivos se encaixaria como uma luva. Compraram até o que, à primeira vista – não serviria para nada. Como o frio era o fantasma que o mais assombrava – os artigos de vestuários dominou amplamente suas bagagens. Mais uma vez tiveram que recorrer a um táxi para leva-los de volta ao hotel. Ontem foi por causa do excesso de comida e desta vez a causa teve outro motivo. As compras.

15h. 00min. Após e reconfortante soneca da tarde – eles foram convidados para visitar a fábrica de vinhos Almadem. O vinhedo fica alguns quilômetros do centro da cidade e havia necessidade de que saíssem mais ou menos cedo. Depois de chegarem no posto de gasolina que fica nos limites da cidade e abastecer o automóvel V.W. Santanna Executivo do presidente Nicola que os conduziriam até lá. O trajeto de pouco mais de 23 quilômetros foi percorrido em pouco mais de 20 minutos – tempo mais que suficiente para que os visitantes se maravilhassem com as belíssimas paisagens – um páramo de coxilhas pintadas de branco “andante” onde ao se aproximar via-se se tratar de centenas de ovelhas pastando num campo verde exuberante, de um lado e do outro – vinhedos a perder de vista. Eles estavam literalmente maravilhados com o que viam. No entanto, o ponto máximo aconteceu algum tempo depois, quando foram cordialmente convidados pela gerente do estabelecimento que atende por dona Núria - a degustarem livremente suas “obras-primas”, ou seja – os melhores vinhos de sua adega (fotos 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38,39). O trio só não teve uma dor de cabeça terrível no dia seguinte, após passagem da conta degustando de tudo um pouco - porque o vinho era de ótima qualidade. Eles “não deram uma de cachorro magro” e deixaram a anfitriã muito feliz por dois motivos: prometeram retornar em 2004 com muitos amigos e ainda fizeram um verdadeiro “rancho” comprando várias garrafas de vinhos finos de safra especial.

18h. 33min. A esta altura dos acontecimentos calcula-se que dificilmente eles lembrem do crepúsculo daquele final de tarde e início de noite. O céu “olhava” para eles com um tom violeta puxando para rosa no lado leste e por detrás uma radiante lua cheia que insistia em querer dividir espaço com o sol no mesmo período. Nélson, que sentara no banco da frente era o mais afetado pelo vinho. Ao passo que o casal ainda conversava e fizeram menção sobre a apocalíptica tarde. Pena que a bateria da câmera descarregara. Perdemos estas cenas, o entardecer e o trio embriagado. Eles ficaram no hotel, foram dormir para depois jantarem no quarto.

4ª-Feira, 13 de Agosto:

10h. 30min. Manhã de ressaca. Sem café da manhã. Almoço direto. Destino. Rivera. Mais uma vez comeriam uma “*parrillada” (*fala-se parrijada, um típico churrasco uruguaio onde se assa tudo que tem no boi (vaca), desde os miúdos até a carne). Só que desta vez o que molharia suas gargantas não seria cerveja, mas água mineral – e das mais alcalinas que se tem notícia. A mineral de Rivera tem um pH muito elevado e bom para digestão. A caminhada de umas 13 quadras desde a parrillada Lá Picaña (o ~ sobre o n se lê nhá) atravessado Rivera até entrar em Livramento até o hotel – ajudou de sobremaneira na digestão.


15h. 00min. Havia chegado o momento de conhecer o Poder Legislativo Santanense, ou simplesmente a Câmara Municipal de Vereadores de Santana do Livramento. A exemplo da vez em que visitaram a Prefeitura Municipal – eles chegaram de surpresa. Não fez a menor diferença. Foram recebidos pelo presidente da casa – o vereador (PTB) Solimar Scharopen com todas as honrarias da casa (fotos 40, 41, 42, 43, 44). Conversaram de tudo um pouco e como de costume ele falou a maior parte do tempo. Contou aos visitantes das peculiaridades da fronteira mais irmã do mundo e da simbiose econômica. Ao encerrar convidou-os a comparecer na sessão do próximo dia – o que prontamente foi atendido. Só que Solimar e o jornalista Pedro Nicola estavam de má intenção.

21h. 00min. Em companhia de Nilo Cruxen – eles, após o jantar finalmente foram conhecer o Bobby Fischer Xadrez Clube. Fazia frio e eles ficaram pouco tempo. Talvez uns 20 minutos – o tempo suficiente para duas ou três partidas de “ping”. Quem na verdade jogou foi Tarcísio – porque Nélson é averso ao jogo rápido. Para ele velocidade só nos casos que se propõe a resolver na justiça. Como o dia seguinte seria de muita atividade eles decidiram que chegara o momento de se recolherem para o hotel. Foi exatamente o que fizeram.




5ª-Feira, 14 de Agosto:
09h. 15min. Desta vez eles não perderam o café da manhã. Estavam ansiosos para saírem logo às compras. Como lhes haviam indicado outra parrillada e o meio dia não tardaria a chegar – fizeram uma refeição frugal, apenas algumas frutas, pouco pão e frios e leite magro. Visitaram o primeiro e único “camelódromo” onde a venda de produtos legitimamente falsificados e contrabandeados do Paraguai é institucionalizado. Ficaram atônitos pela variedade. Nunca viram tanto CD brasileiro falsificado vendido livremente. Cigarro então – aos quilos, quem sabe centenas. Que festa faria um fiscal da Receita Federal se pudesse cruzar a fronteira. Mas acontece que a lei uruguaia faz “vista grossa” e segue a lei da sobrevivência. Precavidos eles nada compraram. Preferiram pagar um pouco mais caro e pediram nota, adquirindo mercadorias “quentes” nos free-schops de Rivera.

19h. 30min. A tarde não passou nunca. Eles estavam ansiosos. O que os aguardaria de tão especial na sessão da câmara daquelas tarde/noite? Só chegando lá descobririam. No horário combinado lá chegaram. Meio que desconfiados eles subiram até o plenário (fotos 45, 46, 47). . Até aí tudo normal. Acusações - baixarias e insultos é comum em todas as casas legislativas – sejam elas na esfera municipal, estadual ou federal. Tudo é igual, pensou Nélson – o advogado que gosta de política. A entrada do trio foi atentamente acompanhado pelo presidente Solimar que – com um gesto sutil chamou a atenção do secretário da casa que atendeu tudo. Eles haviam combina\do algo. Discretamente o rapaz adentrou no local restrito aos vereadores e – sutilmente passou as mãos do presidente algo que à distância parecia um pacote contendo, quem sabe quadros ou livros. Só no futuro saberemos.
19h. 55min. O Vereador Chapopen em tom solene pediu a platéia que fizesse silêncio e anunciou a presença na casa legislativa de dois ilustres personagens que estavam de visita a Livramento para participar de um grande acontecimento internacional. Eles literalmente foram tomados de assombro. Tarcísio, o cearense que é branco como um papel – ficou um tomate maduro. Já Nélson sua rubrosidade ficou menos aparente – uma vez que o sol da praia de Cabo Frio se encarregara de disfarçar um pouco.
20h. 00min. Chegara o Grande momento. Enfim seria desvendado o segredo guardado há um dia e meio. A dupla quase teve um chilique ao ficar sabendo seriam solenemente homenageados e ovacionados pela platéia. A Câmara Municipal de Vereadores juntamente com o Bobby Fischer Xadrez Clube entregaram a eles uma COMENDA ESPECIAL – destinada apenas a ilustres personagens da história – como: escritores, magistrados, heróis que se destacaram no cenário santanense (fotos 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54). . O diploma assinado pelo jornalista Pedro Nicola e o vereador Solimar Charopen diz o seguinte: O BOBBY FISCHER XADREZ CLUBE em conjunto com a CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE SANT’ANA DO LIVRAMENTO, CONFEREM AO ENXADRISTA ____________________________ A COMENDA “VOLTA DO ROMANTISMO AO XADREZ”. UM RECONHECIMENTO AO ESFORÇO DE UM VERDADEIRO ‘BANDEIRANTE’ QUE VEIO DA CIDADE MARAVILHOSA, RJ, PARA PRESTIGIAR O XADREZ SANTANENSE.


6ª-Feira, 15 de Agosto:
11h. 45min. Com os nervos na flor da pele, pois estão a menos de 12 horas do grande acontecimento - Nélson, Tarcísio. Roberta, Nilo e Nicola chegam para dar uma entrevista num canal uruguaio de televisão a cabo com audiência nacional. O canal 3 é um dos mais assistidos no Uruguai e corresponde a rede Globo no Brasil. Durante meia hora o apresentador discorreu inúmeras questões deixando seus convidados à vontade que em nenhum momento deixaram de responder. A grande barreira lingüística foi rompida porque o xadrez tem uma linguagem universal. A audiência do programa foi comprovada pelos inúmeros telefonemas de telespectadores vindos de todo o Uruguai - desejando saber informações sobre os entrevistados e o evento que se realizaria no dia seguinte.

12h. 30min. Enquanto os dirigentes retornavam para Santana do Livramento – com objetivo de arrumarem a sala de jogos para a III COPA BFXC, o trio permaneceu em Rivera, imagine para que? A resposta é óbvia. Foram comer uma parrillada. Ao retornarem para suas residências com certeza não poderão dizer que passaram fome. Muito pelo contrário. Acima do peso - eles serão testemunhas vivas que por aqui comer bem é a palavra de ordem. A partir daí e pelas horas que findaram a sexta-feira – não se teve notícia deles.


Sábado, 16 de Agosto:
06h. 30min. A exemplo de uns outros tantos jogadores de xadrez - nesta madrugada fria de sábado – lá estavam Tarcísio e Nélson na escada frente ao Bobby Fischer esperando para embarcar no ônibus que a organização contratou para conduzir os participantes até o local dos jogos – juntamente com enxadristas da Argentina (3), Rivera (5), Montevidéu (7), Maldonado (2), Livramento (15), Florianópolis (1), Porto Alegre (2) e representantes de rádios e jornais de Rivera e Livramento. Aqui encerra a jornada destes heróis que tem a última edição na tarde de domingo.

Domingo, 17 de Agosto:
13h. 45min. Iniciam aqui as últimas aventuras do trio. Depois de, como de costume se fartarem numa parrillada de Rivera com muita carne, queijo parrillero (queijo assado nas brasas com orégano e azeite de oliva), salada russa, batata frita, bife milanesa e arroz branco eles chegaram ao hotel onde Nicola os aguardava jaz algum tempo.

14h. 05min. Chegam no posto de gasolina. Completam o tanque e partem em direção à outra vinícola. A Santa Colina, cujos japoneses são os donos. Só que aquela fama de que o povo japonês é trabalhador aqui não funciona. No domingo quando os turistas saem para passear o que desejam. Atrações, é claro. Só que neste caso a frustração foi a palavra de ordem. Após percorrerem 17 quilômetros interior adentro o que valeu mesmo foi o passeio e a paisagem – porque a vinícola estava fechada. Porém logo ficou esquecido com o que veio a frente.
15h. 22min. O paradeiro agora foi o sítio (casa de campo) da família Nicola que muitas vezes foi chamado de SEDE CAMPESTRE DO BFXC, um aprazível local com piscina, área verde, árvores frutíferas e uma quadra demini-vôlei. Aqui jogaram voleibol de um lado Nélson, Tarcísio e Roberta. Do outro, Nicola, sua esposa Cláudia e o filho Pedrinho. Entre uma partida e outra girava uma roda de chimarrão.

15h. 59min. Quase quatro horas da tarde e tínhamos outro compromisso. E não era muito perto não. Despedimo-nos do pessoal e partimos para Rivera. Os objetivos eram dois. Mostrar o autódromo municipal da vizinha cidade uruguaia que já foi palco de grandes corridas e a outra levar até o parque florestal OSE de onde vem a água que abastece a cidade. Tanto um quanto o outro é em seqüência, no mesmo caminho. Chega-se primeiro no autódromo. Só que chegar é uma coisa e entrar é outra. Como três adolescentes eles inadvertidamente ignoraram a placa de PHOIBIDO PASAR e com alguma ginástica e muita dificuldade em conjunto conseguiram entrar (fotos 55, 56, 57, 58, 59, 67, 68, 69, 70,71). Maravilharam-se com o que viram. Mas a grande surpresa estava reservada para mais adiante – um quilômetro aproximadamente, talvez um pouco mais ou pouco menos.

17h. 52min. Se tirar uma foto e perguntar onde é o lugar – com certeza a resposta imediata seria: no Canadá, ou será na Suíça? Pois é. Esse lugar existe e é aqui bem pertinho. Na represa que abastece Rivera de água. Um lado dourado rodeado de pinheiros é o sonho de qualquer casal romântico. Quem deve ter sofrido com isso foi Nélson que teve de curtir tudo isso sozinho. Eu na verdade estava do seu lado, mas sinceramente, não devo em nenhum momento suscitado qualquer tipo de desejo de sua parte. Mais feliz ficou Roberta e Tarcísio. Puderam curtir mo momento. Caiu a noite e tomamos o longo retorno de casa – no caso deles o hotel.

Segunda-feira, 18 de Agosto:

12h. 10min. Encostei o carro na frente do hotel para leva-los a rodoviária. Estavam de partida. A tristeza e melancolia eram gerais. A minha porque ficaria longe de dois amigos (com todo respeito à Roberta) pelo período de um ano mais ou menos e a do dono do hotel, por razões óbvias. Quase tive um colapso ao me deparar com um contingente monumental de malas e bagagens – era muito além do que meu carro poderia suportar. Foi necessário ajude de um taxista que lotou seu veículo com as que sobraram do meu.

12h. 28min. Eles embarcaram no ônibus, não antes de terem me dado aquele fraternal abraço de amigo e prometido que no ano de 2004 estarão aqui novamente para novas aventuras. Nélson disse-me que até lá conseguirá uma namorada para passearem de canoa no lado dourado da represa uruguaia com aspecto de cartão postal.

Um comentário:

Camillo Cresta disse...

Tarcisio e Roberta viviam no Rio de Janeiro, na Rua Silveira Martins? Eu morei, no mesmo andar, um mes com o Sr. Rivellini. Um grande abraco aos dois. Camillo